" Energia Vital ", Instalation with heather (urzo), 2010
A Natureza sendo soberana, violenta e bela, sempre vitalizou e inspirou criativamente artistas de todo o mundo, nas mais diferentes épocas. O próprio homem primitivo, reverenciava todo explendor de "Gaia", e seu poder inquestionável, que lhe permitia a sobrevivência, prestando-lhe assim inúmeras formas de agradecimento com rituais específicos, o mesmo aconteceu artisticamente, criando pinturas rupestres e esculturas arcaicas em seu nome.
A veneração e submissão intrínseca pelo Natureza, repleta de fauna e flora, reflectio-se ao longo da história nas mais diversas artes, o desenho e a pintura foram uma delas, onde o movimento Impressionista teve muitos naturalistas, que exploravam tematicamente em suas pinturas os elementos da paisagem. O culto pela Natureza toma novos caminhos na década de 60, no auge da Flower Power, surgindo aqui o movimento artístico designado por Land-Art, que viria a causar um grande impacto na arte moderna, surgindo pela primeira vez uma linguagem ecologista e ambientalista nos conceitos artísticos, sendo estes mesmos factores que inspiram a artista que iremos falar.
Cristina Perneta é uma artista multi-facetada, que explora diferentes meios e técnicas de expressão, todas as suas obras sejam elas pintura, desenho, fotografia ou instalação, tem um dominador comum, a sua paixão profunda por "Natura", sentimento este que pessoalmente também me aproprio. Os trabalhos criados pela artista, exploram visualmente a figuração orgânica, sendo muitos deles construídos com materiais provenientes da própria Natureza. Toda a sua obra pretende criar um elo de contemplação entre o observador e o mundo natural, direccionando-o para uma consciência ambientalista e um sentimento profundo quase religioso. Esta religação com a entidade divina da própria natureza, é algo que à muito se perdeu, tendo a revolução industrial contribuído para tal, tornando o homem moderno num ser apático e frio, vazio de sentimentos com a plataforma onde habita e do qual sem ela não sobreviveria, algo que os seus seus antepassados respeitavam profundamente.
Finalizando, poderemos dizer que a artista cria com o objectivo de exorcizar, no bom sentido, as suas mais profundas afinações com a beleza que lhe rodeia, remetendo-nos assim para o ciclo natural de energia telúrica e divina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário