" Caminhos Cruzados ", Woodcut (Xilogravura), 35cm x 50 , 2008
A gravura sendo um processo artesanal e artístico muito antigo, foi utilizado por vários povos como método de estampagem de tecidos ou até mesmo de impressões em papel, sociedades como a Egípcia, Indiana, Árabe e Chinesa estão entre elas. Esta mesma técnica, que se poderá dividir em diferentes meios de aplicação e distintos processos, desde a Xilogravura, Monogravura, Litografia, Água Forte etc. sempre foram utilizados ao longo dos séculos como meio artístico, e alternativa às técnicas habituais de desenho e pintura, em que se poderá exemplificar o excelente uso que o Pintor Albrecht Durer fez da mesma, tal como de artistas contemporáneos recentes, Baselitz, Penck ou mesmo Paula Rego.
As gravuras de Daniel são muito diversificadas a nível técnico, pois o próprio artista explora os diferentes meios processuais na sua execução, no entanto, todas as suas criações tem um dominador comum, a geometria e a figuração encontrada em seus trabalhos, tendem adquirir características similares onde a repetição, ritmo, linha e padrão fazem uma alusão indirecta ao universo orgânico das formas. Por vezes, encontramos em suas obras, representações lúcidas e simples da figura humana, assumindo determinadas posturas relativas a alguma situação, que para nós observadores é nos incerta.
Futuramente seria de interesse conceptual apreciar em seus trabalhos uma fusão a nível da composição destes dois mundos referenciados, em que o processo matemático das formas preenchesse a figuração, e esta, integrando-se no mundo de seu aliado, revelando-nos assim no seu todo a harmónica e equilibrada complexidade. Independentemente dos caminhos visuais que o artista poderá percorrer, deveremos respeitar e admirar suas escolhas, bem como o uso ancestral das técnicas utilizadas por todos aqueles que mantém a tradição da gravura viva.
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